sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Macacos

Era uma corrida de macacos.
Em algum momento os macacos pararam de correr e percebi que estavam sendo capturados.
Eram caçadores de macacos.
Corri um pouco e parei ao perceber-me em um corredor mal iluminado e cinza.
Um dos caçadores, ou contrabandistas, vinha em minha direção segurando algo que parecia um chicote ou um teaser.
Caminhei de costas até sentir uma maçaneta. Abri e entrei na sala pequena e passei a observar aflita pelo vidro da porta.
Era um homem gordinho e desajeitado. A vassoura que se guardava na pequena sala poderia servir para atrasá-lo.
Um cutucão certeiro no meio do estômago me deu alguns segundos de vantagem até que eu me deparasse com o grandalhão mal encarado no fim do corredor. Peguei a saída à direita e, através de outro corredor, cheguei a uma sala menor ainda, com duas portas, uma que não se fechava. O detalhe era o mapa pregado à parede que mostrava que a segunda porta me levava até a saída desse labirinto, dando acesso a um terraço. Avistei pela fresta da porta o gordinho vindo em minha direção e corri através da porta. Senti o sol bater no rosto pelas frestas de uma grade de madeira que selava o terraço e me separava da liberdade. Nas paredes haviam pequenas pedras cinzas que formavam uma espécie de escada. Escalei rapidamente e com facilidade, como se fosse papel, ergui a grade de madeira e saí do laboratório, bunker, seja lá o que fosse o lugar. Olhei para frente e estava em uma estrada de terra, com mato alto para todos os lados. Ouvia os sons vindos do lugar, como se procurassem um fugitivo. Corri em direção ao matagal e desci o barranco até o rio.

Acordei com o som da trovoada.